segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Caracterização do Distrito de Portalegre

PORTALEGRE é uma cidade portuguesa, capital de Distrito, situa-se na região do Alto Alentejo, com 446,24 km² de área e 24 973 habitantes (Censos 2011). O Distrito de Portalegre está subdividido em 10 freguesias, limitado a Norte pelo município de Castelo de Vide, a Nordeste por Marvão, a Leste por Espanha, a Sul por Arronches e Monforte e a Oeste pelo Crato.
O distrito conta com 15 concelhos: Alter do Chão, Arronches, Avis, Campo Maior, Castelo de Vide, Crato, Elvas, Fronteira, Gavião, Marvão, Monforte, Nisa, Ponte de Sor, Portalegre e Sousel.
O nome de Portalegre terá origem em Portus Alacer (porto, ponto de passagem, e alacer, alegre), ou mais simplesmente Porto Alegre.
É provável que no século XII existisse um povoado no vale a leste da Serra da Penha. O nome de Portalegre, onde uma das actividades importantes seria a de dar abrigo e mantimentos aos viajantes (daí o nome de porto, ponto de passagem ou abastecimento). Sendo o local aprazível (alegre), nomeadamente pelo contraste das suas encostas e vales verdejantes com a paisagem mais árida e monótona a sul e norte, a povoação prosperou e sabe-se que em 1129 era uma vila do concelho de Marvão, passando a sede de concelho em 1253, tendo-lhe sido atribuído o primeiro foral em 1259 por D. Afonso III, que mandou construir as primeiras fortificações, as quais não chegaram a ser completadas. Juntamente com Marvão, Castelo de Vide e Arronches, Portalegre foi doada por D. Afonso III ao seu segundo filho, Afonso.
O rei seguinte, D. Dinis, mandou edificar as primeiras muralhas em 1290, as quais ele próprio viria a cercar durante 5 meses em 1299, na sequência da guerra civil que o opôs ao seu irmão, que reclamava o trono alegando que D. Dinis era filho ilegítimo. Nesse mesmo ano, D. Dinis concederia a Portalegre o privilégio de não ser atribuído o senhorio da vila «nem a infante, nem a homem rico, nem a rica-dona, mas ser d’ el-Rei e de seu filho primeiro herdeiro».
Após D. Fernando ter morrido em 1383 sem deixar herdeiros masculinos, D. Leonor Teles assumiu a regência do Reino ao mesmo tempo que se amantizava com o Conde Andeiro, um fidalgo galego. Esta situação inquietou grande parte do povo, burguesia e uma parte da nobreza, pois temia-se que esta situação reforçasse as pretensões ao trono português de D. João I de Castela, o qual era casado com D. Beatriz, a filha de D. Fernando e D. Leonor. Esta crise dinástica, que envolveu uma guerra civil com contornos de guerra entre Portugal e Castela, viria a ficar conhecida como a Crise de 1383-1385. O partido mais forte de entre os que se opunham às pretensões ao trono de D. João de Castela e D. Beatriz apoiava a coroação do Mestre de Avis. 
Entre os nobres que apoiaram o Mestre de Avis contava-se Nuno Álvares Pereira, irmão do então alcaide de Portalegre, Pedro Álvares Pereira, Prior do Crato (líder da Ordem dos Hospitalários em Portugal), o qual era acérrimo partidário de D. Leonor. Esta posição do alcaide provocou a revolta do povo de Portalegre, que cercou o castelo e obrigou D. Pedro a fugir para o Crato. O ex-alcaide viria a morrer em 1385 na Batalha de Aljubarrota.
A vila foi crescendo em importância e em 21 de Agosto de 1549 foi criada a Diocese de Portalegre, por bula do papa Paulo III, na sequência de diligências nesse sentido por parte do rei D. João III, que elevaria Portalegre a cidade a 23 de Maio de 1550. A Importância da cidade nessa época traduzia-se, por exemplo, no volume das receitas do imposto sobre as judiarias, o qual era semelhante ao do Porto, e só era ultrapassado pelo de Lisboa, Santarém e Setúbal. Era também um dos centros de indústria de tecidos mais importantes do país, juntamente com Estremoz e Covilhã.
Portalegre torna-se capital de distrito com o seu nome, aquando da formação dos distritos a 18 de Julho de 1835.


ARTESANATO
Há referências datadas de 1778 relativas ao artesanato alentejano que era vendido no mercado do Campo Grande, em Lisboa. Das mãos sábias dos artesãos de Portalegre saíam candeias de ferro para os lagares, bonecas de trapos, toalheiros, aventais, "cadelas" de três pés, colheres de pau de laranjeira, delicadamente bordadas à navalha, castanholas de madeira, de influência espanhola, cochos, tarros e córneas para azeitonas.
A Manufactura de Tapeçarias de Portalegre fabrica tapeçarias murais decorativas utilizando uma técnica totalmente manual, única no mundo, baseada no chamado ponto de Portalegre, inventado por Manuel do Carmo Peixeiro, que se inspirou nas tapeçarias francesas de Roubaix e nas tradições da tecelagem da lã do interior do país, fortemente implantadas em Portalegre desde a Idade Média.
O ponto de partida de qualquer tapeçaria é uma obra de um pintor de renome, português ou estrangeiro, com o qual se estabelecem contratos relativos aos direitos de autor para a recriação em lã da obra.
O Museu da Tapeçaria de Portalegre Guy Fino, tem em exposição diversas tapeçarias de Portalegre.
A Manufactura de Tapeçarias de Portalegre começou por ser instalada em 1947 no antigo convento e colégio jesuíta de São Sebastião, que no século XVIII foi convertida na Real Fábrica de Lanifícios de Portalegre por ordem do Marquês de Pombal. Este edifício é, desde 2005, a sede da câmara municipal, tendo a manufactura sido transferida para um edifício junto ao convento de São Francisco.


GASTRONOMIA:
Os conventos de Portalegre exerciam no passado grande influência sobre a vida da cidade, a qual chegou a ser conhecida como a "cidade dos sete conventos". Por esta razão, não é de estranhar que muitas sejam as receitas conventuais aqui existentes. A tradição de confecção de doces conventuais ainda está bem viva e tem origem principalmente nas receitas do Convento de Santa Clara e do Convento de São Bernardo, as quais são ciosamente respeitadas.

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